"... Aproximar-se da natureza instintiva não significa desestruturar-se...
implica delimitar territórios, encontrar nossa matilha, ocupar nosso
corpo com segurança e orgulho independente dos dons e das limitações
desse corpo, falar e agir em defesa própria, estar consciente, alerta,
recorrer aos poderes da intuição e do pressentimento inatos às mulheres,
adequar-se aos próprios ciclos, descobrir aquilo a que pertencemos,
despertar com dignidade e manter o máximo de consciência possível.
O arquétipo da Mulher Selvagem... é a alma feminina. No entanto, ela é mais do que isso. Ela é a origem do feminino. Ela é tudo o que for instintivo, tanto no mundo visível quanto do oculto - ela é a base. Cada uma de nós recebe uma célula refulgente que contém todos os instintos e conhecimentos necessários para a nossa vida.
Ela é a força da vida-morte-vida; é a incubadora. É a intuição, a vidência, é a escuta com atenção e tem o coração leal. Ela estimula os humanos a continuarem a ser multilíngues: fluentes no linguajar dos sonhos, da paixão, da poesia..."
(Clarissa Pinkola Estés - Mulheres que correm com os lobos)