quarta-feira, 22 de julho de 2015

Um ano de profundas transformações internas e externas


Há exatamente um ano a vida começou a estampar em meu coração os encerramentos de ciclos, isso já havia acontecido em outros momentos, porém dessa vez fora mais dolorido e com cicatrizes que ainda vez ou outra decidem abrir para lembrar que elas ainda precisam de reflexões e paciência para o progresso da minha jornada como ser humana.

Esses finais de fase desencadearam com um rompimento amoroso, pedido de afastamento da empresa ao qual trabalhava, mudança de São Paulo após cinco anos para minha cidade natal, cuidados com meu pai que veio a falecer alguns meses depois. O último com certeza foi o estopim dessa enxurrada de término de etapas e também o mais sensível e sofrido.

Ao refletir sobre todos esses acontecimento um ano depois, observo as profundas transformações aos quais vivencie e que nós, seres humanos, não temos absoluto controle sobre nossas vidas. A única coisa que podemos fazer nesse caminhar é buscar estar consciente sobre todo processo, ter a gratidão e generosidade sobre cada dia vivido e fazer o melhor em cada oportunidade que a vida lhe dá.

Alguns desses ciclos foram finalizados pelo esgotamento da situação com data certa na agenda da existência para encerrar, no entanto para colocá-los em prática tive que buscar por ingredientes na minha alma, como coragem e desapego. Porém outros, foram os "puxões de tapete" que a vida ocasionalmente faz conosco para despertarmos de uma maneira mais solidária, afetuosa e amorosa em relação a nós mesmos.

Assim como há os finais há também os recomeços, pois o ciclo natural da existência é feito de vida-morte-vida, temos que aceitar os encerramentos para darmos espaço ao novo. Para mim essa representação de nova etapa veio com transformações externas e internas. A alteração visível veio com outra mudança de cidade e na reatamento do relacionamento amoroso. Já a parte íntima dirigiu-se primeiramente ao respeito e honestidade para comigo, bem como o objetivo principal focado no crescimento pessoal, tanto emocional como moral.

No livro "Quando tudo se desfaz" da autora Pema Chodron cuja narrativa é voltada para as mudanças e perdas da vida analisadas pela ótica budista, ela diz o seguinte: "Quando tudo se desintegra, somos submetidos a uma espécie de teste, e também a um certo processo de cura". E completa com: "De algum modo, nesse processo de tentar negar que tudo está sempre em mudança, perdemos nossa percepção do sagrado da vida. Temos uma tendência a esquecer que fazemos parte do esquema natural das coisas". 

Dessa forma aceitar que a vida tem seu próprio ritmo, com vida-morte-vida é fundamental para estarmos conscientes sobre o processo existencial e de termos a oportunidade de compartilhar dos momentos da melhor maneira possível com serenidade e compaixão em relação a nós e aos outros. Com isso a contemplação dos ciclos, sejam os finais ou começos, são acolhidos com paz e encantamento.
DoçurasParAlma!

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